IHF diz que popularização do handebol no Brasil é fadada ao fracasso


A IHF - Federação Internacional de Handebol, publica em seu site oficial artigo em que afirma que o futebol atrapalha o desenvolvimento do handebol brasileiro e que isso ja era esperado por especialistas da área. A IHF também chama os jogadores brasileiros de "time do Rio Amazonas" e publica a afirmação do presidente da Confederação Brasileira de Handebol Manoel Luiz Oliveira dizendo que em breve o Brasil estará entre as equipes tops do handebol mundial.

Atenção: O texto é uma tradução da notícia publicada no site da IHF. O original em inglês pode ser lido aqui!


Brazil: Unbeaten on the beach – backlog at the hall

Eles são imbatíveis quando podem jogar na praia. Os jogadores de handebol brasileiros são quase perfeitos lá. Não é a toa que, recentemente, eles ganharam duas vezes consecutivas o campeonato mundial. As coisas são diferentes quando o assunto é handebol de quadra, pelo menos no caso da maior competição internacional.

Isso remete a 1958 na sua primeira tentativa de competir com os melhores do mundo. Em 1995 e 1997, 40 anos depois de sua primeira participação em Campeonatos Mundiais, e depois de uma época de ostracismo, veio a decepção. Em ambos os campeonatos o Brasil terminou nas últimas posições. Especialistas dizem que, de forma alguma foi uma surpresa. Como são fadados ao fracasso os esforços para promover o handebol num país de fanáticos por futebol.

Há muito tempo, isso já se mostrou errado! De fato, o foco da imprensa nacional é nos jogadores de futebol da praia de Copacabana. E não é preciso dizer que isso deu ao handebol brasileiro tempos complicados no que diz respeito aos seus principais jogadores e ao desenvolvimento de jovens promessas. Mas o esporte progrediu nesses últimos 15 anos no sentido de que a seleção brasileira não deixou de participar de um único Campeonato Mundial desde 1995.


Os brasileiros, mesmo que temporariamente, mantiveram a primeira posição no ranking Pan-Americano. “Nós temos trabalhado duro por anos para alcançar esse objetivo”, explica Renato Rui. Ele é um dos poucos brasileiros, que ganham a vida na Europa, precisamente, no Campeonato alemão, conhecido como Bundesliga. "E essa deve ser a nossa busca". Como muitos outros, ele sabe bem que o esporte deve ser bem sucedido para obter uma grande aceitação no país e isso é um problema.

Seguindo as vitórias em 2006 e 2008 no Campeonato Pan-Americano, a equipe brasileira deu espaço ao seu principal rival, a Argentina, durante o campeonato continental ano passado que era classificatório para mundial na Suécia 2011. Foi uma grande surpresa quando o time favorito foi derrotado após a prorrogação em Santiago, apesar de ter terminado o primeiro tempo na frente. Conseqüentemente o time do Rio Amazonas tem apenas uma missão no Campeonato Mundial: “Nós queremos terminar o Mundial como a seleção número um das Américas”, afirmou Javier Cuesta, técnico da seleção brasileira.

Javier Cuesta, atual técnico da seleção brasileira de handebol

O espanhol de 63 de idade foi contratado para este propósito e, é claro, para assegurar a única vaga Pan-Americana para Londres 2012 durante a etapa de classificação continental, no próximo verão. A federação oferece todo o apoio possível para que esse objetivo seja alcançado. Manoel Luiz Oliveira, presidente da confederação brasileira e também o primeiro homem da confederação Pan-Americana, por sua vez, tem total confiança que, em breve, a sua seleção masculina deverá alcançar as primeiras posições no mundo, semelhante à bem-sucedidade equipe handebol de praia e a equipe feminina do país que é igualmente bem-sucedida. "Dado o grande entusiasmo, é apenas uma questão de tempo."

Este tempo ainda está para chegar, já que, na Suécia, eles falharam na sua partida inicial contra a Áustria, uma equipe que não era considerada uma favorita no cenário internacional. Para é surpresa de todos, foi uma derrota convincente 24:34, segundo Renato Tupã e seus companheiros de equipe. Eles também perderam para a Islândia e Hungria. Observando os jogos que estão por vir, os brasileiros devem se preparar para a President’s Cup na segunda semana do campeonato. “Nos jogos do Campeonato Mundial realizados até então, nós jogamos muito pior do que poderíamos jogar” Explica o treinador Cuesta. “E como nós sabemos que podemos jogar mais, nós não vamos desistir.

O ponta direita Renato Tupan Ruy que atualmente joga na Liga Alemã de handebol

Nós ainda podemos ser o melhor time Pan-Americano. Nós vamos fazer o nosso melhor na President’s Cup também” Para isso, A Argentina deveria ser desclassificada após a fase preliminar. Entretanto, ganhando 3 pontos após 3 jogos até então, eles tem reais chances de passar para a fase final.

Opinião

O que eu achei interessante neste artigo foram os termos que a IHF utilizou para caracterizar os brasileiros: Jogadores de Copacabana e time do Rio Amazonas. Eu sinto muito discordar com o presidente da CBHb. Ainda estamos, pelo menos, 5 ou 10 anos atrasados em relação aos times tops europeus. Enquanto mudanças profundas não acontecerem no comando e nas ações do handebol brasileiro, vamos continuar atrasados e, como a IHF cita, vamos perder (se já não perdemos) o domínio Pan-Americano.

4 comentários:

  1. ENQUANTO A CBH E AS FEDERAÇÕES CONTINUAREM COM A POLITICA DE ALTAS TAXAS, DIFICULTANDO OS CLUBES DE PARTICIPAREM DE CAMPEONATOS,VAMOS ESCUTAR E LER TAIS NOTICIAS.
    AQUI EM MINAS POR EXEMPLO, O PRINCIPAL CAMPEONATO QUE ASSISTI EM BETIM, TINHA APENAS QUATRO EQUIPES.
    NA LIGA NACIONAL POR EXEMPLO , O MAIOR CAMPEONATO DA CBH TEM SEIS OU SETE PARTICIPANTES.
    COMO ENTÃO QUE O TREINADOR IRÁ ESCOLHER UMA SELEÇÃO DE QUALIDADE COM UM NUMERO REWDUZIDO DE CLUBES?
    NA ALEMANHA , ESPANHA E ACAMPEÃ MUNDIAL FRANÇA POR EXEMPLO OS CAMPEONATOS POR LA SÃO DISPUTDOS EM TRES OU QUATRO DIVISÃOES COM 20 EQUIPES CADA.
    ACORDA CBH......
    O JIMI(JOGOS DO INTERIOR DE MINAS) É DISPUTADO POR APROXIMADAMENTE 80 EQUIPES AMADORAS DE HANDEBOL E É COM CERTEZA MAIS FORTE QUE A LIGA NACIONAL.......

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  2. Charlinho, pra você ter idéia, na Dinamarca, país com população menor do que o estado de São Paulo, há 10 divisões. O problema mais sério é na falta de comando e boa gestão na CBHb.

    Obrigado pelo comentário, amigo, só peço para você não escrever em maiúsculas no próximo, tá? Abraço!

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  3. olha, eu trabalho com handebol em são caetano a 6 anos, me sinto envergonhado quando somos comparados a índios no handebol.
    nossos representantes estão de palhaçada!!!
    precisamos de uma mudança urgente no comando das confederação e nas federações, vamos sediar um mundial e uma olimpíada, um brasil enorme e temos só o futebol como referencia?

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  4. E é justamente essa a questão, Professor, o Brasil é enorme! Nós temos 190 milhões de habitantes. Quantos ótimos atletas de tantas modalidades a gente não poderia lapidar e desenvolver? Quantas crianças não poderiam ser salvas pelo esporte? Eu acredito que esse seja o ponto central.

    E sim, eu também fico muito chateado quando leio um texto desses. Mostra o quanto estamos aquém do potencial que o Brasil tem. Falta comando, com certeza falta.

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